terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

no meio da confusão, de repente, isto.

"bom dia, 7 de Julho

ainda deitado a minha mente suspira por ti, minha amada imortal, de vez em quando alegremente, depois tristemente, esperando o destino, se ele nos ouvir. só posso viver contigo, ou de todo. sim, decidi estar o mais longe possível, até poder voar para os teus braços e sentir-me em casa contigo, e enviar a minha alma envolta na tua para o reino dos espíritos - sim, lamento, tem de ser. vais recuperar ao conheceres a minha lealdade; mais ninguém terá o teu coração, nunca - nunca! meu deus, porque é que alguém se há-de separar daquela que se ama tanto, sendo a minha vida em W. tão triste. o teu amor faz de mim o mais feliz e infeliz ao mesmo tempo. na minha idade preciso de alguma estabilidade na vida - mas poderá isso existir para nós? anjo, acabo de saber que há correio todos os dias - devo concluir, para que esta carta te chegue de imediato. tem calma - ama-me - hoje - ontem.
que saudades em lágrimas por ti - tu - a minha vida - meu tudo - até breve. oh, ama-me sempre - nunca duvides do coração fidelíssimo do teu amado.

L.
sempre teu.
sempre meu.
sempre nosso."

Ludwig van Beethoven
(1770-1827)

que vivam as cartas de amor. melhor: que haja amor passível de ser, além de vivido, também escrito.