talvez o que nos distinga mais uns dos outros seja mesmo o amor. porque há uma dezena de anos quando eu tive de vir para cá encontrei o quarto, o meu quarto, como se fosse um bueiro para eu dormir. propositadamente. como se eu bueiro fosse. e agora são eles, ela e ele, que estão no bueiro da vida. e eu sofro por eles, tenho insónia há muitos dias, ouço-a incansavelmente, ajudo no que posso, penso no Vasco que começa a coleccionar as memórias tristes e penso no meu pai que tenho de proteger para não saber. mas também penso, com admirável tristeza, no quanto o universo é justo e que nada deixa de dar ao milímetro - no que nada deixa por dar.
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