não me lembro de ficar doente, há anos que não sabia o que é espirar quinhentas vezes seguidas e ficar com os olhos e o nariz a pingar a ponto de lamber o ranho que se faz fininho mesmo a pedir a minha língua. e de me sentir febril como se tivesse uma lareira em cada poro da pele e um chuveiro ao mesmo tempo e em cada um também. de maneira que ter saído a correr em pijaminha de cetim valeu-me um anti-histamínico e mais uma pastilha grande que me deixam, um e outro, com a boca seca e zonza. encharco-me de vicks, nem sei porquê a não ser porque gosto do cheiro, meto na palma dos pés como se faz aos bebés, e pronto: estou quilhadita. hoje custou-me trabalhar, moleza muita, sono a esbordar, eles dizem que é da pastilhinha pequena, e está mais do que comprovado que tudo o que me afecta os nervos se traduz - e se expressa - em maleita no meu corpo. que bicho raro que eu sou, socorro, às tantas será por isso que o Viço talvez pense assim: chega-te para lá, cabritinha do monte, tu sai-me da fronte. agora deu-me vontade de rir, Olinda, sua trenga.
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