o meu Afonso estava assustado, ansioso, em pré-surto, e lá fui eu de repente em pijama depois de a mãe dele me ligar para ficar mais descansada, pois claro, ela fica descansada - eu é que não. mas agora já o alimentei e mimei e preparei-lhe uma caminha fresca no sofá. não fazia ideia de que, como que a correr para as nove da noite, o centro do porto era tão povoado, tanta gente como se o dia estivesse - não a acabar - a começar, tanta agiitação, tanta copofonia, tanto frenesim. agora estou estafada e preocupada. mas calma. hoje celebrei-me o dia inteiro, passei parte do dia a olhar o mar e depois almocei coisas boas que me apeteceram: uma francesinha aviária com perú e um crepe abelhudo com mel e nozes, duas bombas portanto, que bem me souberam com vento e cheiro de ar com sal e leveza na cabeça. talvez fosse mesmo preciso para mais tarde ter de andar a correr esbaforida a ir buscar o meu afonso perto do abismo. quem me dera que a voz de mel com gengibre me pudesse tranquilizar agora, (pensava entre um semáforo irritante e uma passadeira gasta com as luzes dos calcantes que teimam em passar.) porque o Afonso vive em constante esquina com um abismo qualquer que o atormenta. o meu Afonso. dorme bem, querido Afonso.
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