hoje o meu mano faz anos. quarenta e três. temos todos diferença de três anos. sinceramente não sei por que razão a minha mãe se deixou engravidar tanto e, pelo meio, tantos abortos fez. pois, claro, depois com tantas raspagens manhosas apanhou um bicho, ninguém me tira da ideia que veio tudo daí, depois ficou doente e bazou. para que quis tantos filhos? assim que nasce um filho o anterior paga a factura dos afectos que ficam por dar, já se sabe, quando não se reune todas as condições necessárias para ter um magote de filhos. mas, como estava a dizer, hoje o meu mano faz anos, comecei a ser maãe dele quando ele tinha três aninhos, será sempre o menino que eu defendia de tudo e de todos, nunca lhe toquei com um dedo para o castigar. bem visto, nunca castiguei alguém - antes fui sempre castigada. ainda agora, lá em casa, a conversa daquelas gentes que vão continuar sem me conhecerem, vai dar sempre ao mesmo: vais ficar para tia?, olhares de riso e maldade, daqui a nada estás velha e cheia de peles e com as mamas caídas. sorrio e ignoro. mas também fico triste.
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