por que razão é tão importante para si responder uma a uma, sempre a mesma merda, todos os dias, como um ritual imprescindível de sobrevivência? por que quer coleccionar mulheres indiferenciadas de raça e de cor, de idade e de calor, e que precisam de atenção à moda de sermão tranquilo, uma espécie de flirt altruísta que, pelos vistos, tão bem ao ego lhe faz? altruísmo e ego não rimam, digo eu, a mim que oferece silêncio e confusão e ausência e indiferença e raiva. sim, raiva, porque nós só não queremos o que nos faz mal, o que não é bom, o que não nos seduz querer falar, querer estar. porque só rejeitamos o que é mau. e todos os dias me diz, sem dizer, que eu sou algo terrivelmente mau. isto é uma tristeza, um desgosto: é alegre e contente, talvez feliz, cumprindo-se no tão mau que eu sou que me diz.
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