de manhã cedo desceu-me o sangue, tanta fartura bibinha, não percebo, em vez de começar a falhar, ainda tenho quase meio século de vida, desce todo lampeiro, vermelhinho e limpinho, adiante, agora percebo o cansaço, nunca sei quando desce, desce quando lhe apetece, olha, para me fazer desacelerar, mas como ia dizer, passei o dia a ter de meter as mãos por dentro do sutiã porque tudo me caía lá, é que foi de manhã até mesmo agora ao jantar, bocadinhos de fruta, água, migalhas de aveia das bolachas, grãos de arroz e até chupei o dedo no molho do ovo que foi lá parar também. se ao menos a minha língua fosse comprida como aquelas dos lagartos, pensava. e depois à tardinha, quando fui espreitaR, vi aquela cara tão linda, sorriso que apetece dar trinquinhas a multiplicar, olhos iluminadores de dividir e boca sumarenta que certamente faz beijos de somar. !ai! como eu queria diminuir, diminuir, anular, deletar, desfazer, aniquilar, o ar invisível que me deixa aqui a ficar sem conseguir agarrar.
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.