quando começam a rebentar os balões os pais zangam-se, não há direito. não há direito de as festas de aniversário dos pequenos serem, do início ao fim, para os grandes. tudo começa na escolha das comidas: camarão, frangos, empadas, rissóis e pataniscas, bolos gordos de creme, batatas fritas, refrigerantes, vinho, cervejas. está bem, há o bolo em pasta de açúcar do homem aranha e a mousse de chocolate mas e o resto? qual é a criancinha de três anos que pode beber um copo, seja do que for a não ser água, ou encher a pança de fritos ou lambuzar-se de marisco? pois. depois a música ambiente é aquela agradável à conversa, à conversa dos convidados dos pais obviamente, não havendo espaço para cantigas para saltar e berrar por conta de o barulho ficar insuportável. e depois há os balões, coloridos e de todos os feitios, que são interditos ao estouro. ora não é justo. as festas de crianças, e em particular as de verão, são para encher a casa de pirralhinhos que querem andar descalços e com a fruta de fora; são para encher e rebentar balões com água; são para enfartar as mesas, mesas proporcionais ao seu tamanho e não aquelas para eles inalcançáveis, de guloseimas e sumos naturais e as comidas preferidas; são para as vozes adultas se calarem a ouvir as barafundas dos pessoinhas. e é por isso que eu proponho uma manifestação dos miúdos a favor das festas de aniversário exclusivamente infantis. querem aproveitar as festinhas para estarem com os amigos, beberem uns copos e deitar conversa fora, querem? então arranjem tempo, pais. arranjem outro tempo - é que esse é deles e para eles. certo?
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