Os EUA são, de facto, omnipresentes
A toda a hora alguém acorda com um
sonho, acordar com um sonho é aquilo a que chamamos esperança, um sonho cheio
de luzes: ir para os EUA.
Mais: o mundo nasce todos os dias a pensar em american-english.
Ouch. Quem quer realizar um sonho vai para os EUA – e quem quer endividar a
alma também. Os EUA estão, oh my god!
em todo o lado: na luta pela escravidão e também pela sua abolição e contra o
racismo e a favor de intervenções militares em países de outro mundo e no
esperma da sala oval e no dia das bruxas e no cinema e na cadeia McDonald's.
Mas serão omnipotentes?
Quase. A
indústria cinematográfica dos EUA é, sem dúvida, uma das maiores, e mais
influentes, do mundo – não fosse Hollywood o símbolo do
sucesso. Tenho, aliás, a convicção de que se a Linda de Suza, a nossa
Teolinda Joaquina de Souza, tivesse rumado aos EUA com a sua mala de cartão, em
vez de França, estaria hoje a dar continuidade aos papéis da Elizabeth Taylor na Universal Pictures.
Ou então não teria passado de uma IT-Girl,
o que nós por cá chamamos de pita que usa saias que mais parecem cintos e que
bebe penicos de álcool e outras drogas, à boa maneira americana: plus chic, plus mode, plus de glamour. Mas
não foi sempre assim. Já houve um tempo em que o espectáculo era outro, ora
triste ora contente, nos EUA. Houve um tempo em que a
escravatura não era como a de hoje – de fama e sucesso -, tinha que ver com
a cor da pele preta explorada nas plantações do sul. Mas depois conseguiram abolir
a escravatura, viva!, e conseguiram fazer dos EUA, UCB, United Colors of
Benetton. (Mas isso é de origem italiana, Olinda. Ó, isso não interessa nada –
o que conta é pronunciar em inglês americano, ignorando os tês). Por falar em cor, torna-se impossível não lembrar a da sala oval: rubra. Não, não me refiro à decoração. Adiante. A esta altura o leitor já estará com fome, está calor, é Agosto, o cinto já está esganado e, deixe-me adivinhar, vai passar no McDonald's. Como é que
acertei? Ora como Portuguesa que sou conheço bem alguns pratos típicos. Além da
particularidade de este prato ter algumas variâncias, como é o caso mais
recente da bifana com sabor a sabonete de glicerina, é bastante económico e
saciante: como o Governo
quer. Além disso esta comida é confeccionada aos mais altos padrões de
qualidade de HACCP
o que constitui, para os EUA, uma vantagem altamente competitiva: ninguém fica
de diarreia nem morre de E.
Coli no McDonald's, excelente! Mas morre mais cedo. É. Mas também não morre
sem festejar o dia das
bruxas entre, oh yeah, doçuras e
travessuras. Aliás, não servem as abóboras do Minho (não confundir com jerimum
que aqui diz ser sinónimo
mas é mentira. Porquê que é mentira? Porque o jerimum é usado apenas para
confeccionar doces) para outra coisa que
não esquartejar e desmiolar para incendiar - são elas e as políticas
altruístas, e intervencionistas, dos EUA. O que é importante é americanizar tudo, não
esqueçam. That’s all folks!
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