dez metros quadrados, dez pessoas. vozes altas que se cruzam em tentativa de conseguirem pelo menos uma - pelo menos uma venda que salve a manhã ou a tarde. uma toma valium para dormir e uma outra ao acordar. outra já não tem cabelo, usa peruca, de tanto que esticou o sistema nervoso. outra fecha os olhos e baixa a cabeça amiúde, tique nervoso, enquanto lê o manuscrito ao telefone. outra senta-se e levanta-se entre uma chamada e outra. outra e outra e outra. acresce ser o mês de agosto e as empresas estarem em fecho de férias ou fechadas. os três focos de luz artificial por cima das cabeças queimam os olhos e o ar. mas queimam, sobretudo, a sanidade mental de quem lá está - e de quem quer ficar.
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