terça-feira, 3 de setembro de 2013

Canal180

O tal canal, não há memória de um outro igual, é especial

E é o Canal180. Tomei conhecimento da sua existência através deste blogue sobre videomusicalidade. Definindo-se como o primeiro canal nacional sobre cultura e criatividade, explora as várias plataformas digitais para nos fazer chegar conteúdos originais e criativos do mundo artístico: séries documentais, música, vídeos, ilustrações, cinema, arte urbana. Apresenta-nos uma espécie de cardápio de criadores e de obras – é só escolher.

Mas não estará em falta, neste Canal, a arte da escrita - da escrita criativa?

Mergulhada no interesse das águas do Canal180, onde cada link atrai a abertura do link que se segue, descobrindo mais e mais sobre aquilo que são as artes visuais deparei-me com (a meu ver) uma falha: nada de referência a conteúdos ou criadores das letras que parece que dançam (e dançam) e que cantam (e cantam) e que vivem (e vivem) e que morrem (e morrem). Falo, como não poderia deixar de falar, de literatura e de escrita criativa.

Enquanto desfolhava, sim desfolhava e não folheava por conta da imaginação que não pode nunca ser esquecida, cada link do Canal180 percebi que faltava ali qualquer coisa, sempre qualquer coisa, para abrilhantar ainda mais o projecto. Tudo o que os olhos vêem e os ouvidos ouvem e o coração sente serve de estímulo à verbalização. E qual é a arte de verbalizar, oratória de dedos, a cor e a forma do mundo? Exacto: é a escrita. Já pensou no quão magnífico seria poder ler uma ilustração? Na verdade estaria a fazer duas leituras em uma só – a da imagem e a da imagem escrita consoante o recanto desta ou daquela paragem criativa dos criadores. E um vídeo? Quantas vezes uma música, que já possui uma letra, nos leva onde também o vento vai que é o infinito? Já pensou como seria maravilhoso reescrever um vídeo que já está escrito?

Seria uma ponte, sempre uma ponte, uma ponte é uma amiga, uma união de artes que só poderiam resultar em força, em caminho, em criatividade acrescida e em originalidade aumentada. Este, mais completo, mais justo, é o tal canal que é bom. Mas, porque não, há sempre espaço para mais uma arte, pode ser ainda melhor.


Consegue imaginar, por exemplo, no programa de A Música Portuguesa a gostar dela própria, algo como agora faça-se silêncio porque se vai cantar, e ver e ouvir e escrever, o fado. Que completude! Que alegria!

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