todas as madrugadas tem sido isto, é assim, páram o carro mesmo aqui à porta, ficam na conversa com o motor ligado e a música ácida a dar nas alturas e depois ele saca um pião como se o pião fosse, e é, a sua virilidade em exibição. são dois cabrões, portanto. ela, em vez de cuidar da filha que teve com outro azeiteiro não vai muito tempo, vai, noite dentro, treinar a conicha e ele, que não é daqui, é o treinador acelera de conichas tristes. mas o mais engraçado é que os vizinhos é que se fodem, pois claro, não uma vizinha como eu que acorda cedo, os vizinhos que precisam de descansar com sossego e para quem a madrugada ainda é meio do sono. um dia destes armo-lhes a tenda. ando aqui a pensar ao sol em uma ratoeira de descasca pessegueiro para os lixar. badalhocos.
quarta-feira, 15 de junho de 2022
terça-feira, 14 de junho de 2022
quebras e quedas e jindungo a correr para o abraço
uma quebra de energia pode ser uma queda. faço tudo a correr para chegar o mais cedo possível depois do almoço, muita vontade de receber o que tem para me dar, chego a pingar, o calor quase me mata: odeio-o, odeio o calor, e tudo se desfaz: não há luz, não há ar condicionado e depois não há servidor, e depois de algumas horas dizem-me que posso ir embora a faltar meia hora do fim, do fim que é sempre o início do dia seguinte, o fim de ontem é o começo de hoje. acho estranho não me abrir a porta, apesar de ter a chave, mas não forço porque recuo e vejo as persianas fechadas. não, não vai ser hoje que o que todos os dias me diz se vai dar, não vou encontrá-la morta em uma poça de sangue logo na entrada. desvio o pensamento e faço tudo com calma e com tempo, o que uma simples meia hora a mais me faz, tão bom, que bem que sabe, consigo recolher-me mais cedo para me consolar. entretanto ligo e a sobrinha dá-me a notícia de que teve outra queda, uma queda por cima de outras quedas e por debaixo de tantas outras que nunca deu mas só desejou dar. entristeço e penso em um plano para amanhã, hoje, conseguir animá-la à distância de um telefonema e, no fim do dia, orientar-lhe a nova medicação que ainda desconheço. se ao menos me deixasse, permitindo-se, dar-lhe música. não se permite e eu não ando aqui para convencer os outros do que quer que seja. não quer, não quer.
volto-me para mim e para o meu final de dia feliz já a pensar no amanhecer que virá, certamente. porque uma quebra de energia não pode ser uma queda, não pode ser porque eu não deixo e não quero que seja. eu estou no meu comando. e rio-me só de ler de raspão a notícia que pisca na lateral direita mais ou menos assim: trocar o lixo nos contentores por mensagens picantes. ora sem fazer a mais pálida ideia do que se trata, ainda sem fazer a mais pálida ideia, vejo logo um punhado de jindungos frescos e arrebitados a fazerem uma serenata às cascas de cebola e às espinhas de um robalo absolutamente despido. e rio-me antes de lhe ir dizer que estou viva por abraçá-lo.
segunda-feira, 13 de junho de 2022
domingo, 12 de junho de 2022
escrevo como se ninguém me lesse
isso, escrevo como se ninguém me lesse. esta espécie de ritual que antes era no papel, o original, de repente passou para aqui - uma janela que se abre para a outra janela, parece-me interessante que o de repente, o instante, fique registado assim, !ai! de mim, como se a baínha a descoser, tão linda, ficam as linhinhas soltas e marcadas até que nunca acabem as alvoradas. e penso no que é ser sacrificial neste jeitinho de ser, trrimtrrim, já não vais fazer a sesta, irmã preciso de ti, tragédia descomunal e o menino viu e ouviu e está mal.
arrependo-me assim que cheguei. pensei em alguma desgraça, um acudam que há inundação, terramoto ou coisa e tal mas afinal não. afinal foi mais uma cena conjugal, enfim, e deixei-me de me descansar, pobre de mim, penso já no fim, pelo menos fico mais descansada porque fui e já não estou tão pesada - ou se calhar agora é que fiquei com mais uma bagagem de preocupação, carregar as dores do mundo não é fácil, uma peregrina corcunda com a perninha a andar e a dar é uma rica imagem, não está mal.
escrevo como se ninguém me lesse, é verdade. assim como é verdade que escrevo por querer tanto que me entenda já que o carrego, noite e dia, no meu peito e na minha cabecinha de cristal, posso dizer estas coisas aqui e assim porque não há como ficar sem jeito. varre-se-me, sempre se me varreu, a timidez de lhe contar tudo; de contar, meu amor.
hoje não me apetece título
e passam-me mil e uma coisas pela cabeça enquanto preparo os filetes, digo filetes como poderia dizer a carne assada ou a feijoada ou a salada russa, como estava a dizer, fiz dos filetes a minha eleição, aquele carinho com que os escolho e parto aos rectângulos e depois meto-lhes sal e muito limão, ficam a descansar, já se sabe, sabem que servem para me agradar, e depois seco-os, ficam enxutos, e faço-os rolar na farinha milha amarelinha, parece que chegaram à areia fina e dourada, para logo a seguir conhecerem o sol dos ovos batidos, enrolam-se ali nos dois, bem à minha frente, enquanto o óleo fica quente e vão a mergulhar, vira para cá, vira para lá, dançam na espuma do ovo que se solta, talvez sejam as borbulhas de satisfação, até com jeitinho eu os apanhar e metê-los na bonita travessa, à espreita, decorados com a verde salsinha e em rodelas o limão e a laranja, contrastes que casam bem.
como estava a dizer, enquanto os sabores se enrolam, passa-me mil e uma coisas pela cabeça: penso no que no dia de ontem me ficou e no que hoje me traz e penso também no que não penso quando penso no que estará por vir. porque o futuro não existe e o passado só já existiu, putinha que o pariu, pimenta na língua para si, refila-me o filete com esgar de bacalhau com todos. o que me importa pensar é no presente, o hoje com nome de prenda por motivo sábio e professor: o presente é o dia a acordar com o filete fresquinho a que tenho de dar, com tudo o que me faz ser, cor e sabor.
sábado, 11 de junho de 2022
sexta-feira, 10 de junho de 2022
e se Camões pudesse mostrar
aprendi há muito tempo a não me deixar vencer, a prevalecer em mim independentemente dos malucos que vou encontrando, o mundo é um palco de gente doida, e que pensarão que me podem derrubar. às vezes é duro e difícil: como enfrentar sozinha tantos monstros a quererem cortar-me a cabeça e furar-me o coração? então eu faço como sempre fiz, desligo-me da confusão, bebo-me toda, sei o que mereço: mereço que todas as noites a fadinhas dancem à minha volta e façam um anel de flores para afastar os horrores; mereço o de todos, os melhores e maiores amores, o amorzão; mereço piqueniques e música em grama fresca; mereço beijos e besos e até mereço que o Camões grite por mim em cuecas cheiinho de saudades e que diga ao mundo, coragem sem perder a vista, que se pudesse mostrar trazia a confirmação enroladinha em um pregaminho onde se assoava, de quando em vez, por conta de se emocionar, como estava a dizer, trazia a confirmação de que eu sou a rainha do reino dos mares e das montanhas e das trevas e do vulcão.
quinta-feira, 9 de junho de 2022
o que fala mais alto
de repente, de repente porque ando sempre a leste das cusquices que envolvem os patrões, fiquei a saber que tinha sido tudo vendido e que agora eramos só nós e o filho que não tardou a aparecer e a fazer-se notar. empreendedor, inteligência afiada, sem papas na língua nem ovos por debaixo dos braços, traçou a linha onde me lambuzei: agora sim, agora vai-se acabar a invasão e os boicotes. sobresforço, mais três meses de sobresforço e a linha começou a declinar, a ficar enrugada e esbatida, chega a notícia, chega a notícia porque a percebi, apreciei-a no ar como faço com as moscas silenciosas que, não se ouvindo, pressinto, fico confusa, fico confusa quando não decifro imediatamente o que não me é explicitamente mostrado, vejo o que está para vir sem ter a certeza absoluta do que está para vir sabendo que está para vir. e é nesse espaço de tempo, enquanto o decifrar se faz sem eu procurar fazê-lo, que o meu corpo vai falando. escuto-o e depois, então, os sinos tocam, chega um carteiro em forma de confirmação, um carteiro que pode ser uma palavra ou um gesto ou uma reacção inesperadamente esperada.
e o que fala mais alto é, afinal, o costume: deixar que ela mande, não se importar, sabendo que estou lá para cuidar e alertar e fazer o dinheiro entrar. estou cansada de não ser cuidada, só de cuidar. até quando deixarei que me usem a trabalhar, e se fizer as malas consigo aguentar o possível deserto que já conheço e que nunca esqueço?
quarta-feira, 8 de junho de 2022
valha-me o riso
percebi tudinho diferente. onde seria para tentar fazer igual, percebi um desafio de encontrar diferente. será isto que leva os outros a considerarem-me arrogante? estava longe de pensar fazer algo tão difícil, de superar uma coisa que certamente envolve muito tempo e dedicação, e só vi uma espécie de desafio adaptado ao meu cérebro: encontra aqui mais seis como este diferentes destes. então encontrei mais oito mal me pus a observar, a minha alegria de ver bichos e homens e monstros e até uma flor. depois chega a notícia, não era nada disso, tinhas de tentar fazer igual, tentar pensar na lógica para descobrir o que já lá está, menina.
valha-me o riso, o meu querido auto-riso, que me salva, o meu prémio de consolação, vá não fiques triste, viste o que não era para ver e divertiste-te, ficaste feliz e também percebeste que afinal tens sempre de inventar.
terça-feira, 7 de junho de 2022
trenguinha dos canaviais
às vezes fico muito confusa. teria de ter tempo para ler todos os livros de uma acentada para cruzar tudo com os detalhes das vozes que inventa e da voz-mor que o sustenta. não tenho esse tempo. mas tenho a vontade de não desistir. essa vontade nasceu um dia e continua a nascer, é um mistério, talvez o desejo que também é o amor seja um mistério; tudo recomeçou assim anos depois - o braço de ferro entre ele que se fez desejo como litoral e eu, que nunca deixei o desejo como o interior para chegar, finalmente, ao litoral. quando vi o litoral e os juntei, qual maravilha por inventar, tive a certeza de que tudo estava no certo lugar: o tal lugar que eu sempre vi só porque senti. eu sinto coisas, serão as fadinhas que me vigiam e alentam.
não posso dizer que correu mal. mas de tudo o que já vi, e vou vendo, onde vai buscar tantos corpos digitais, serão nados-mortos?, pergunto-me eu que sou a trenguinha dos canaviais.
segunda-feira, 6 de junho de 2022
simplesmente o melhor, breve apontamento
é o melhor contador de histórias do universo, assim pude perceber quando o li e percebi muito mais e melhor quando o reconheci, quando me mostrou que a história vinha já de longe, do sítio onde só o coração vê ainda que o canal seja a razão. nessa altura, lá longe, eu apenas sentia, pelo que lia, tratar-se de uma mente brilhante, genial, fora do convencional, que se escondia com pesar e apesar, só não sabia porquê, soube depois, quando finalmente me convidou a entrar, a lê-lo de uma assentada sem nunca ter ficado molhada - não pelo ódio - mas sim pela narrativa de amor, aquela brisa incondicional rara que seria o oposto do recebido sem nunca o ter vivido. nessa altura nem me passava pela cabeça ser o mesmo do outono do ano prometido que nunca aconteceu, aquele com quem sempre sonhei e de quem desliguei para o meu bem, depois de conseguir, finalmente, arranjar quem me desse a cana para eu pescar sem, no entanto, poder relaxar. lia tudo, todos os dias, com devoção como se transparente fosse porque transparente me sentia por ser transparente a forma como mostrou que me via e que não me queria.
seguiram-se tempos de problemas e aflições,
cansaços e torturas no emprego da cana para pescar o pão,
e na família onde eu era sempre a mãe e a avó, a escrava e o condão
nem tempo nem vontade de aqui usar a mão.
como se desistisse de mim, de me contar nestas costas direitinhas que nunca hão-de mudar e que ninguém quer acreditar como são. talvez sejam raras, sim, e custa, por onde passam, serem testadas até à exaustão. nada temo, tudo comprendo.
mas como estava e continuarei a dizer é o melhor contador de histórias, mesmo quando são as histórias dos outros, do universo.
obrigada, universo, por me dares tréguas e água fresca.
domingo, 5 de junho de 2022
pescadinha de rabo no somítico
levei-lhe uma fatia de bolo de farinha integral, sem açúcar e sem sal, muito sabor a limão, acabadinho de fazer. talvez quisesse, como sempre quero, fazer-lhe a alegria acontecer por dentro daquelas paredes por caiar, esqueleto frágil que vai cedendo à negritude do pensar, pensar negro talvez seja como um dom. ou então será o início da criação de um ódio de estimação, como nos diz o Per, que terá nascido lá no início enquanto era tenrinha. se calhar ela era tenrinha quando começou a absorver o pecado, ou castigo, será a mesma coisa, do somítico.
estou para aqui nesta solidão, cheia de dores na perna, o reumatismo não me larga, aqui estou abandonada, abandonada não, pelo menos não por mim. já viu como tenho a bochecha inchada por conta do ouvido, estou aqui e trago-lhe bolinho bom para se esquecer da dor. sabe bem que se se distraír não se lembra que dói, essa dor acaba por ser uma invenção tal e qual como a sua solidão. não diga isso que estou nesta solidão, abandonada, não está não, vai ver que no centro de dia tudo será diferente e vou finalmente ter o seu olhar contente cada vez que entrar pela porta. mas eu não quero ir, quero ficar na minha casa e assim não pago um dinheirão.
pois, pescadinha de rabo no somítico, quer ficar na solidão. e ter-me sempre à mão.
sábado, 4 de junho de 2022
quando eu morrer um dia
ou dois ou três
ou todos os dias
vejo-me sempre a viver
deixo-te o meu botão
encarnado e rosado
palpitante e louco
a descompasso de tu
tu tu tu tu tutututututututut tu tu
botão que entra e sai da casinha
delicadamente alinhavada
linha em ponto de ziguezague
branquinha e fininha
como só a casinha do botão pode ser
para o meu botão caber
casinha larga, largueza de ser
porque no meu botão saltitante
que o universo me deu
qual mãe qual pai
cabe lá ele todinho
é o botão de tu mais eu
deixa ver se ainda me lembro, querido diário,
de usar o blogue. inexplicavelmente depois de meter o pão a fazer e a máquina a lavar, depois de ter beijado as flores dele, as flores são de toda a gente mas são só de alguém, de outra forma seriam todas iguais, como estava a dizer, depois de as beijar uma e outra vez até me dizerem para parar, podes largar agora um pedacinho, menina, deixa-nos descansar dessa doçura picante por um instante, não leves a mal, está bem, refilo e ponho-me a andar, inexplicavelmente, como estava a dizer, lembro-me do meu diário de bordo que ficou paradinho entretanto, sei lá, deixou de me apetecer, talvez tenha sido o trabalho do cansaço que não o deixou prevalecer, deixei que quem não me bem quer tapasse o brilho de escrever para ti.
querido diário,
penso em voltar para os teus braços grandes e quentes depois de tanto tempo longe de mim aqui, não fiques confuso ou fica se te apetecer, talvez a vida lá fora me tenha agarrado pelo cachaço, anda cá sua cadela, agora vais ter o que é bom para a tosse, vais experimentar viver como se nada fosse, vais amargar, vais conhecer gentes distantes de poesia e conversas de tretas e terás muito lixo para limpar, anda, larga disso de contar. e como um novelo de lã, de lá, deixei de parar por cá, ninho meu dos meus dias que me desafias. não te vejo zangar e sorrio por entre uma lágrima que verto e outra que se segura ao ver uma outra pular. vá, está tudo bem, eu estou aqui sempre para ti porque tu és e serás a minha prioridade, o meu amor. ouço e sossego, recebo o abraço e o beijo como só pode ser: com a ternura mais terna de um sim, si, s,
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
voltar
voltar como o dia que nasce, sem saudade e sem ansiedade, sempre novo. de novo. voltar.
domingo, 11 de dezembro de 2016
virrer
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
segunda-feira, 28 de novembro de 2016
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
ao obscurantismo
aos amalucados, a glória vã
ai! que pensamentos meus tristes
diz-me tu mar salgado do globo
que és rio doce e qu'existes
prefiro os olhos sós
e as palavras da garganta cortadas
mão, pés, fanados membros,
almas rasgadas
do que viver o que digo como vivido
lá longe na bengala do tempo,
tantae molis erat,
sequer quero pensar
sai má fortuna!, escafede-te!
mata-me a ideia de Trumpar
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
sexta-feira, 28 de outubro de 2016
Outom
, amarelos
rosas, vermelhos, corados
, enfim, marrom.
ai! que engano! de Outono!
quando tinha mesmo de ser Outom
quinta-feira, 27 de outubro de 2016
os peidos fazem parte da vida
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
vazio
segunda-feira, 24 de outubro de 2016
lágrimitas
as lágrimas que lhe escorriam, teimosas e espevitadas, não eram pela suspeita de não ser pai da besta. as lágrimitas, uma palavra nova meia hispano-dramática que me saiu mesmo agora, para nada de novo, eram, são, o suor da solidão.
sexta-feira, 14 de outubro de 2016
novidade estranha. entranhará?
percebo. faço por isso. aceito. fico feliz, sim, de ver uma união verdadeiramente perfeita - a das letras com música - ser aclamada. mas precisava de ser assim, a kind of mestre literário, o homem que revolucionou a música lá atrás bem no início da sua já longa vida? o homem não nasceu para escrever, o homem nasceu para criar música, aquela linguagem universal cujas letras apenas acrescentam pitada de magia.
do outro lado lá está ela: a alma das letras que se fazem palavras, a coisa de aquela música sem aquela letra não ser mesmo a mesma coisa. serão todos suspeitos, claro, os que se desgraçam nas letras. voltando à vaca fria: e por que não ofertar um prémio literário a um homem que transpira música quando toda a música tem em si mesma, sem encerrar, uma narrativa? não me parece bem nem mal. antes parece (me), e é, uma novidade estranha que, pelo menos, nos está a dar música.
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
Vivalder um ano e pico depois
e decide-se voltar a pisar, com a simples naturalidade de Vivaldi, a complexidade do mundo das quatro estações.
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
a urina, um carinho
quarta-feira, 29 de julho de 2015
segunda-feira, 6 de julho de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
o mistério não está na morte
viver é, já não tenho dúvidas - nem dívidas -, sentir os dias envoltos em mistério.
sexta-feira, 26 de junho de 2015
quarta-feira, 24 de junho de 2015
domingo, 21 de junho de 2015
quarta-feira, 10 de junho de 2015
cretinos: coisa leve
e lembramos. lembramos daquele detalhe que nem sabíamos não ter esquecido. às vezes é um esgar e outras vezes trata-se de um andar. marcou, isso é mais do que certo, quanto mais não seja o chão se se tratou de uma grande patada. e tudo porque acabei de ler um texto sobre crápulas. gostava de lhes chamar cretinos mas, bem visto, os crápulas vão muito mais além e um cretino à beira de um crápula é um menino que canta no coro da igreja da paróquia.
cretinóide, pá, ficas a saber que até te acho piada - leveza em bicos de pé - quando passas bem ao lado de um crápula. .
domingo, 7 de junho de 2015
certeza absoluta
sábado, 30 de maio de 2015
terça-feira, 19 de maio de 2015
esse cara sou eu
segunda-feira, 4 de maio de 2015
quarta-feira, 29 de abril de 2015
sábado, 25 de abril de 2015
sexta-feira, 24 de abril de 2015
quarta-feira, 22 de abril de 2015
contar azulejos
terça-feira, 21 de abril de 2015
horizonte
sexta-feira, 17 de abril de 2015
o merdas, cognome do ministro da saúde
mas voltando à carga do sistema nacional de saúde, a oferta de um aparelho simpático e funcional para os doentes diabéticos é, à primeira vista, um resquício do tal progresso e modernidade de que o merdas do ministro da saúde gosta e tanto exacerba. mas depois, o espanto é total quando percebemos que a prenda que os idosos recebem só é recarregável através de um computador. saberá o ministro da saúde, vulgo merdas, que uma grande fatia da população idosa em Portugal vive em situação de isolamento e de pobreza? e que não se cumprindo, felizmente, estas duas premissas ainda há famílias sem computador em casa - assim como sem saneamento básico?
segunda-feira, 13 de abril de 2015
domingo, 12 de abril de 2015
sexta-feira, 10 de abril de 2015
segunda-feira, 6 de abril de 2015
segunda-feira, 30 de março de 2015
domingo, 29 de março de 2015
sexta-feira, 27 de março de 2015
quarta-feira, 25 de março de 2015
para sempre fica. HH
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço —
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave — qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,
segunda-feira, 23 de março de 2015
sábado, 21 de março de 2015
sexta-feira, 20 de março de 2015
terça-feira, 17 de março de 2015
sexta-feira, 13 de março de 2015
segunda-feira, 9 de março de 2015
Balanço do branco na fotografia
sábado, 7 de março de 2015
sexta-feira, 6 de março de 2015
quinta-feira, 5 de março de 2015
terça-feira, 3 de março de 2015
segunda-feira, 2 de março de 2015
domingo, 1 de março de 2015
sábado, 28 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
terça-feira, 24 de fevereiro de 2015
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
domingo, 15 de fevereiro de 2015
sábado, 14 de fevereiro de 2015
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
então, byte byte coração
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
terça-feira, 10 de fevereiro de 2015
sábado, 7 de fevereiro de 2015
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
e depois do riso, ora assim a agência de viagem em vez de vender viagens passaria a vender a ideia de antítese, pensei seriamente no quanto um bom copywriter tem também de ser um bom actor de ideias. e lá fiz um texto coberto de luas e de mel, à moda antiga romana, porém com uma nuance completamente actual: um destino que, fora da Europa, talvez seja um bom local para fazer crescer a família. uma pitada de emigração misturada com lua de mel será uma inovação regada a doce. falar de falsos casais e de falsos tesões e de falsas sociedades é que não podia ser...porque o que faz vender viagens é, não a realidade lunar, a ilusão.