quarta-feira, 26 de setembro de 2012

sorrisos rasgados ao sol. e à chuva.

o sol mete um sorriso na cara das gentes, ao contrário da chuva - a chuva mete-lhes, mete-vos, medo: correm a calçar botas e a tapar o corpo, desconhecem a alegria de sentir as gotas frias na carne, correm a fechar as janelas e as portas, desconhecem da beleza da água a dançar com o vento. a prova de que a chuva também é alegria está nos cães que não se importam de pastar por debaixo dela; ou nos pássaros que não páram de cantar. mas as gentes, ao invés, mostram carrancas e o brilho some-se-lhes dos olhos assim como os sorrisos se sentam, na escuridão de persianas descidas, em sofás. 

bem vistas as coisas, trata-se de uma questão, sol e chuva em análise, lembrei-me de repente, de meter água. um beijo, por exemplo, por debaixo de sol quente pode fazer transpirar e será um beijo de água na boca e na pele. já por debaixo de chuva, o tal beijo pode mesmo encharcar e será então um beijo de água na boca e nos ossos. a verdade é que quando se trata de beijos o sol e a chuva são o casal perfeito da banhada.