não obstante o interesse e a importância da política, há um pequeno grande pormenor que a desvirtua: os apaixonados, mais obcecados, que dela fazem o seu respirar, alimentam ódios de estimação e propagando-os - lançando-os na viralidade - exaltam a felicidade da paixão como se a paixão de um grande amor fosse feito de grandes coisas, abstractas, e não de poesia de horas e de dias e, enfim, de uma vida. a política, quando sentida como uma amante, é uma ofuscadora da verdadeira importância da vida que reside na ausência de alexitimia, essa coisa brava que possuem as pessoas(?) emocionalmente surdas.
confusos a respeito dos seus próprios sentimentos, os alexitímicos ficam igualmente desnorteados quando as outras pessoas lhes falam dos seus sendo esta incapacidade de registo de sentimentos fortíssimo indício de défice de inteligência. chama-se empatia às raízes da solicitude que nascem da sintonia emocional e da capacidade, e habilidade, de sentir e expressar emoções. note-se que a ausência de empatia revela-se nos psicopatas, violadores, pedófilos e também nos político-maníacos (acrescento).
e porque raramente as emoções, na sua completude, conseguem ser traduzidas por palavras e sendo a palavra o registo mais forte dos políticos e dos político-maníacos, chega a conclusão de que a chave para intuir os sentimentos dos outros, depois dos seus, está em canais não-verbais: no gesto, no tom da voz, na expressão facial, na postura, enfim, na beleza que os sentidos permitem sentir para depois, e só depois, serem regados, e eventualmente enriquecidos, a palavras.
e vem isto a propósito deste artigo e da forma como as pessoas vivem a política e das pontes que fazem quando passam de um tema tão vasto e aliciante como a sociologia e psicologia, variantes da educação, para a verdadeira miséria humana que é injectar veneno gratuito nas cabeças que, de tão ressacadas de alegria e amestradas a raiva, conseguirem apanhar. ai que triste é viver em um mundo assim, de alexitimia, Esther!
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