sexta-feira, 8 de março de 2013

bloco de notas



por detrás da ordem de s. francisco, mesmo nas barbas da medicina nuclear, há ruas estreitas e casas ougadas de caiar com mulheres tristes, rostos de roupa encardida que estendem ao sol, e homens com olhar de ilusão que, na matança do bicho, sossegam as tardes. e depois há gaivotas que riem do guardador de carros do centro, corado de vê-las colorirem-lhe o passar quase parado. e há turistas, muitos, que palreiam entre si pelo cruzar dos olhos no palácio da bolsa e no rio. ai o rio, de prata ostentado, que os faz quererm voltar: a Douro vestido é que és, pensam, a correr em lentidão na calçada rumo ao mar. e a vida segue, de mansinho, por detrás da ordem de s. francisco mesmo nas barbas da medicina nuclear: há paciência que baste e muitas horas para esperar - e esperar que o coração que de lá vem ainda demore muito para parar.

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