e ela, ainda em pijama - vir cá fora em pijama é uma delícia porque mostra uma intimidade, com a vida e com ele, despojada de vaidade reles, já que o amor recomeça depois de se levantar da cama e se deitar o sexo -, veio abrir-lhe o portão, daqueles portões à antiga que dão trabalho e precisam de duas mãozinhas, para ele sair. e ele, do lado de dentro, abraçou-a e beijou-a e foi. ela ficou, talvez não tenha para onde ir ou simplesmente prefira ficar a vê-lo a ir e a vir, a sorrir. não posso saber, obviamente, mas tenho a impressão que um dia destes, talvez ao fim de semana, verei ele - sendo beijado e abraçado no ficar - com o mesmo sorriso e abraço no ir dela. enfim, um casal em cheio. aliás, isto remete-me para uma das grandes lacunas da lenga-lenga: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença e também, entre outras que agora não vêm ao caso, na aurora e no crepúsculo.
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