nasceu apenas para ver, e fazer, viver. e embora soubesse que era muito sabia-lhe a muito pouco. esperava que um dia se cansasse de ver e fazer viver para finalmente, no que lhe estava desde sempre interdito, agarrar no verbo e meter-se por dentro dele. um dia nunca o cansaço lhe chegou e sentia estranheza, deslocação, não-pertença. mas era, não a vida, simplesmente a sua vida. e isso fazia toda a diefrença: afinal tinha algo de absoluta pertença que era um pronome possessivo no feminino singular, uma pequena maravilha.
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