vontade desenfreada de escrever - daquela vontade que pica e faz cócegas intermitentes.
há pessoas que aparecem nas nossas vidas e chamamos-lhes acasos. chamamos-lhes sem chamar, pensamos apenas. e depois fazemos birras e insistimos e chateamos e fazemos uma matriz do grau de possibilidade e de severidade - isto para apurarmos a tolerância e a paciência em termos de significância. parecem sacos rotos de boa vontade e de simpatia e de bom humor. estragam-nos o plano mais ou menos intuitivo de sabotarmos a coerência pela incoerente demonstração de sensatez que nos demonstram. e inchamos de alegria, escondendo-a, para a deixarmos respirar. fazemo-lo por acreditarmos que são pérolas e sabermos que as pérolas são raras e, por isso, são precisas validar. trocamos tudo, confundimos conceitos, apresentamos propostas e tudo bate tão certo como se fossem, e são, caminhantes que nos mostram que a serenidade existe. e depois concluímos que ainda que tudo não passe de um bem-entendido mal amanhado é bom. e é bom acreditar no que não se vê quando tudo o que não se vê nem sequer nos dá motivos para acreditar. uma fé estranha no meio de tanta estranheza.